“O Jogo de Uma Traição”


O Encenador Delgado Filho instituiu a base da cenografia para esta montagem teatral, ao propor uma grande tela iluminada como em uma galeria de Arte, onde os atores participariam de sua composição, superpondo suas cabeças às cabeças pintadas na tela.
A tela em questão, por sua vez, faz alusão às pinturas do Artista Plástico Carlos Sena, de onde buscamos inspiração para compor as personagens e estabelecermos uma versão visual para dramaturgia, que trata de um triângulo amoroso, relatado nos diferentes tempos de cada personagem, na tela, representado pelos três ambientes conectados por um fio e por genitálias aladas que habitam as paredes dos seus respectivos quartos solitários, memórias e delírios do desejo carnal e da vaidade humana.
Na caracterização, elaboramos meias máscaras com perucas que limitam a capacidade expressiva dos atores, exigindo maior concentração no elemento textual e no olhar. A maquiagem almeja uma integração entre a máscara e a tela.


SINOPSE

      “O Jogo de Uma Traição”, retrata um triângulo amoroso vivido pelo marido, a esposa e a amante. Nessa difícil relação, confidenciam através de memórias, suas experiências mais angustiantes de ciúmes, infidelidades, amor, remorsos, intrigas, decepções, traições. As personagens dão vida à composição de um quadro inspirado nos traços do artista plástico, Carlos Sena.
     Quando tudo isso foi apenas jogo?

FICHA TÉCNICA:
Texto: tradução e adaptação livre do Grupo de Theatro Arte e Fogo com contribuições de Marilia Ribeiro, Luiz Cláudio, Sheila Cardoso e revisão final de Mauri de Castro.
Direção: Delgado Filho.
Elenco: Jusse Lessa, Semio Carlos, Adriana Vieira.
Operador de som: Danillo Rosa.
Confecção de Cenografia: Roberto Rita e Guilherme Oliveira.
Sonoplastia: Mardem Ribeiro
Iluminação Cênica e Figurino: Delgado Filho
Operador de Luz: Ubirajara Guerreiro
Criação e Confecção de Máscaras e Maquiagem: Guilherme Oliveira



Projeto, Letras Cênicas - “SAMUEL BECKETT”

       Propomos o objetivo de integrar o teatro às artes literárias, desenvolver a partir da investigação do trabalho do autor a ser encenado, fundir os valores literários peculiares às Letras com a complexidade e magnitude das artes cênicas, particularmente a Arte Teatral.
       Objetiva-se com a execução do referido Projeto, integrar duas áreas artísticas tão importantes no desenvolvimento cultural da sociedade - literatura e teatro - permitindo a ampla divulgação, conhecimento e reconhecimento do pensamento cultural em Goiânia, contribuindo com o grande público ao apresentar no teatro a literatura e dramaturgia de Samuel Beckett, dramaturgo e escritor Irlandês, amplamente considerado como um dos escritores mais influentes da segunda metade do século XX, considerado também, como um dos últimos modernistas e ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1969.
     Partindo do estudo apresentado, o referido projeto tem como objetivo, realizar a montagem teatral do espetáculo, “O Jogo de Uma Traição”, adaptação livre do texto, “Play” de Samuel Beckett. Adaptado a dramaturgia, o gênero teatral será a Comédia, a concepção de linguagem será o teatro do absurdo e a estética da peça Surrealista.




Samuel Beckett


       Foi um dos fundadores do teatro do absurdo e é considerado um dos principais autores do século XX. Sua obra foi traduzida para mais de trinta idiomas. Beckett nasceu numa família burguesa e protestante, e em 1927 A partir de 1945, o seu idioma literário passou a ser o francês. Entre 1951 e 1953 escreveu uma trilogia ("Molloy", "Malone Morre" e "L'Innommable"), cujo tema é a solidão do homem. "Esperando Godot" é um dos seus textos mais famoso! 
      Beckett ainda escreveu, além de algumas obras narrativas, diversas peças teatrais, como "Fim de Festa", "Ato sem Palavras" e "Os Dias Felizes"... - Em 1969, Beckett ganhou o Prêmio Nobel de Literatura. Durante a vida escreveu poemas e textos em prosa, como romances, novelas, contos e ensaios, além de textos para o teatro, o cinema, o rádio e a televisão...
    Samuel Beckett morreu em 1989, cinco meses depois de sua esposa. Foi enterrado no cemitério de Montparnasse...Homenagem a Carlos Sena


Carlos Sena Passos
      Natural de Mairi (BA), Carlos Sena Passos era formado em licenciatura em Desenho e Plástica pelo Instituto de Artes da UFG (1983), e mestre em Arte Publicitária e Produção Simbólica pela Escola de Comunicação e Artes da USP (2007).
      Desde 1990 atuava como professor de História da Arte Moderna e Contemporânea na Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás. Em 2002 criou a Galeria de Arte da FAV, que dirigiu até 2006 e onde realizou a curadoria de mostras apresentando artistas locais, nacionais e internacionais. Ainda em 2002, começou a organizar a formação de um acervo de obras de arte para a Universidade Federal de Goiânia (UFG).
      Em 2005 assumiu a direção do processo de implantação do Centro Cultural da UFG, sendo seu atual Diretor. Carlos Sena realizou também mostras individuais e coletivas desde os anos 80.



Grupo de Theatro Arte e Fogo

       Através de suas experiências na montagem de espetáculos a partir de obras literárias dos seguintes escritores: “Pio Vargas”, “Sônia Aparecida Delgado”, “Ivanor Florênçio”, “Luiz de Aquino”, “Miguel Jorge”, “Brasigóis Felício”, “Barale Neto”, “Algusta Faro” e “Leo Pereira”, todos os autores, escritores e dramaturgos goianos, descobriu-se na sua função, a linha de pesquisa na arte de seu ofício.
      O primeiro escritor pesquisado após a efetivação do projeto Letras Cênicas, foi Miguel Jorge, através do monólogo, “Laurita”, que posteriormente à execução do projeto, teve o seu reconhecimento nacional, trazendo para Goiás em 2006, seis dos sete prêmios do 10° Festival Nacional de Monólogos de Camaçarí – Bahia, apresentando de forma competente e qualitativo, o trabalho desenvolvido nas artes cênicas em Goiás.
       O segundo escritor contemplado pelo projeto Letras Cênicas foi o escritor e jornalista, Brasigóis Felício, através de suas crônicas, “O Boi Era Gay” e “Bob Boi Para Prefeito”, com adaptação livre para a linguagem teatral de Barale Neto, foi concebido a comédia, “O Boi. Será Que Ele É? ”, proporcionando aos goianos de diversas cidades do estado, uma produção teatral de alto nível e de qualidade artística inquestionável. O último dramaturgo investigado e contemplado pelo projeto, Letras Cênicas, foi “Léo Pereira”, através da montagem do texto, “Poética Bancária”, que foi sucesso de público e crítica.
    Nesta edição, o Projeto Letras Cênica abordará a pesquisa, adaptação, montagem e apresentação do espetáculo, “O Jogo de Uma Traição”, apresentando para a sociedade em geral a literatura de Samuel Beckett, expandindo os horizontes literários. Após experimentarmos de forma positiva os autores e dramaturgos goianos, o Grupo de Theatro Arte e Fogo ao longo de 24 anos, valorizamos e enaltecemos artistas das letras com maestria e profissionalismo, o que nos inspira em alçarmos voos literários e teatrais de outras paragens, pegar toda essa experiência de tantos anos e dedicarmos para a Literatura Mundial e teatralidade de Samuel Beckett. 


Até que ponto a sexualidade é maior que o amor?

GABRIELLA STARNECK*
Oespetáculo O Jogo de Uma Traição, adaptação da obra Play, de Samuel Beckett, será exibido, de quinta (10) a sábado (12), no Ponto de Cultura Novo Ato, em Goiânia.Apeça, que retrata umtriângulo amorosovividopormarido,esposaeaamante, objetiva“mostrar atéquepontoojogodeuma traição pode transformar a vida das pessoas, e transformá-las em boas ou más”, como afirma o encenador Antônio Delgado Filho. Nessa difícil relação, os personagens confidenciam, por meio de memórias, suas experiências mais angustiantes de ciúmes, infidelidades, amor, remorsos,intrigas,decepções e traições. DelgadoFilho instituiu a base da cenografiaparaestamontagemteatralaopropor uma grandetela iluminada, comoemuma galeria de arte, onde os atores participariam de sua composição, superpondo suas cabeças as cabeças pintadas na tela. As personagens dão vida à composição de um quadro inspirado nos traços do artista plásticoCarlos Sena. Espetáculo O Jogo de UmaTraição é uma adaptação livre do texto Play, de Samuel Beckett – dramaturgo e escritor irlandês, amplamente considerado um dos escritores mais influentes da segunda metade do século 20– realizada pelo Grupo de Theatro Arte e Fogo com contribuições de Marilia Ribeiro, Luiz Cláudio, Sheila Cardoso e revisão final de Mauri de Castro. SegundooDelgadoFilho,aobradeSamuel foi escolhida,porqueoautor fala emseus trabalhosdabuscaporquestões interiores:“Nesse mundo em que as pessoasnão estão comprometidas com as relações, em que há falta de afetoeamor,torna-serelevantefalararespeito dessejogodatraição.Comoficaosentimento daspessoasenvolvidasnessarelaçãoamorosa? Alémdisso,ahistóriaéuniversal,jáquetraição existe não só no Brasil, mas provavelmente em todos os países”. Delgadoainda contaqueadiferença entre a obra original e o texto adaptado é a forma comoohumoréabordado:“NaobradeSamuel Beckett, escritor irlandês, o humor é mais sarcástico, mas nós tentamos fazer algo mais leve. O objetivo do espetáculo é levantar algumas reflexões como: ‘Até que ponto a sexualidade é maior que o amor?’‘Ésó o prazer ou a relação tem que ter algo a mais?’. Adaptado a dramaturgia, o gênero teatral será a comédia, a concepção de linguagem será o teatro do absurdo e a estética da peça Surrealista. “A gente tenta buscar aquilo que fogedospadrõesconvencionais.Noespetáculo, porexemplo,trêspessoas ficamcomascabeças de fora de uma tela conversando sobre o jogo da traição, a emoção toda precisa ser passada por meio das faces. Isso é uma característica doteatrodoabsurdo,pois leva oespectador a se questionar: isso realmente é absurdo ou não?”, afirma o encenador do espetáculo. Dificuldades Delgado afirma queuma das dificuldades encontradas na estruturação do espetáculo está ligada à encenação:“O grande problema é que o ator é corpo; quando ele fala, os membros acompanham.Aí, de repente, você coloca o artista no banco, sem poder se comunicar por meio de gestos corporais, mas apenas pela face e pela entonação da voz. Então os interpretes precisaram redescobrir os seus rostos. Inclusive nós trabalhamos muito com os músculos da face e com essa partitura gestual do rosto”. Samuel Beckett O escritor irlandês foi um dos fundadores do teatro do absurdo e é considerado um dos principais autores do século 20. Sua obra foitraduzidaparamaisdetrinta idiomas. Beckett nasceu numa família burguesa e protestante em 1927. A partir de 1945, o seu idioma literário passou a ser o francês. Entre 1951 e 1953 escreveu uma trilogia (Molloy, Malone Morre e L’Innommable), cujo tema é a solidão do homem. Esperando Godot é um dos seus textos mais famosos. Beckett ainda escreveu diversas peças, como Fim de Festa, Ato sem Palavras e Os DiasFelizes; poemas e textos emprosa, como romances, novelas, contos e ensaios, além de escritos para teatro, cinema, rádio e televisão. Em 1969, ele ganhou o Prêmio Nobel de Literatura. Samuel Beckett morreu em 1989, cinco meses depois de sua esposa. Foi enterrado no cemitério de Montparnasse. *Integrante do programa de estágio do jornal OHOJEsob orientação da editora Flávia Popov SERVIÇO Espetáculo‘O Jogo deUmaTraição’ Quando: de quinta-feira (10) a sábado (12) – além dos dias 17,18,19de maio Onde: Ponto de Cultura Novo Ato (Rua Dr. SebastiãoFleuryCurado, 193,Qd.24Lt. 18-5, SetorCrimeia Leste –Goiânia) Horário: 20h30 Entrada gratuita

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